terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Da patogênese à salutogênese


                                                                                                                                                                                
      
      Prática e ensino de Medicina ainda estão em sua maior parte fundamentadas hoje nas bases da Patogênese (estudo dos mecanismos geradores das doenças), que é o foco da disciplina acadêmica da Patologia, originando a atividade profissional da Patologia Cirúrgica ou Anatomia Patológica.
      No entanto um novo modo de repensar a cura e a saúde ressurgiu ao redor de 1979, através da proposta do paradigma da Salutogênese (estudo dos mecanismos produtores da saúde), pelos estudos do americano especialista em Sociologia Médica, Aaron Antonovsky. Nesse sentido a disciplina da Psiconeuroimunologia tem trazido contribuições preciosas que podem (e devem) alterar completamente o direcionamento das ações e estruturas individuais e sociais responsáveis pelo setor em todo o mundo.
      A Arteterapia encaixa-se perfeitamente nesse conceito de acionar as forças curativas inerentes e naturais do ser. Aqui a doença deixa de ser o foco principal da atenção e passa a ser um fenômeno secundário no contexto amplo e vivencial da pessoa. Os benefícios psicológicos do ‘fazer artístico’, que são muito bem estudados por vários profissionais de renome histórico, (como Jung e Nise da Silveira, só pra citar alguns) são acompanhados simultânea e interconectadamente por mudanças orgânicas que se processam na pessoa durante e após a execução dos trabalhos. Essa é uma forma de tratamento que exige a participação ativa do indivíduo, num exercício contínuo de uso de livre-arbítrio e do próprio corpo, sendo essa a diferença essencial da base propedêutica e terapêutica médica predominante.
      A ação, o ‘fazer voluntário’, promove a mobilização das forças eletromagnéticas que conduzem a dinâmica fisiológica desde o nível atômico até ao corpóreo como um todo, desencadeando uma sucessão de fenômenos físicos e bioquímicos capazes de eliminar, em vários níveis de profundidade, os distúrbios elementares das moléculas responsáveis pelos danos que se propagam às células, tecidos, órgãos e sistemas do corpo. A Arteterapia bem orientada se revela potente  e abrangente ferramenta terapêutica à disposição do tratamento de qualquer tipo de enfermidade, seja em que estágio for.

Nenhum comentário:

Postar um comentário