domingo, 17 de julho de 2011

Arteterapia – Um Caminho Criativo para o Equilíbrio

      Desde o início da civilização que os homens expressam seus desejos, temores e aspirações através da arte.

      Estudando as diversas culturas ao longo dos milênios, Jung pôde fazer relações entre o inconsciente individual e o inconsciente coletivo, acrescentando uma contribuição valiosa para o estudo do ser e de suas manifestações artísticas.

     A psiquiatra alagoana Nise da Silveira teve um papel relevante na valorização da arte como terapia, na aplicação da psicologia junguiana e no desenvolvimento da função criadora nas pessoas.

     Nos Estados Unidos, Joan Kellog, uma psiquiatra colecionadora de mandalas de várias culturas, em 1969 passou a usá-las no Maryland Psychiatric Research Center, em Maryland, obtendo de seus pacientes não apenas a canalização da energia criativa, como também a percepção do melhor tratamento a ser feito. Com essa prática, ela participou de forma decisiva, na década de setenta, das pesquisas do psiquiatra Stanislav Grof, um dos criadores da Psicologia Transpessoal. Kellog aplicava o desenho das mandalas como um teste para selecionar os pacientes que estavam em condições de serem submetidos à terapia psicodélica de pico realizada por S. Grof.

      Nessas pesquisas, Grof desafiou o paradigma cartesiano-newtoniano, abrindo espaço para novos questionamentos, iniciando um novo marco no tratamento dos problemas humanos.

      A Psicologia Analítica de Jung abriu clareiras para o encontro com essa realidade transpessoal. A Psicologia Transpessoal busca integrar no ser humano as funções pensamento, sentimento, intuição e sensação, trabalhando os diversos estados de consciência: vigília, sono e sonho, dentro das várias vivências na área da Ciência, Religião, Filosofia, Arte e Tradições Espirituais, direcionadas para a totalidade fundamental do Ser, indo além do pessoal, do visível, do aparente.

       Buscando a inteireza do ser, o seu lado belo, criativo e sadio, assim como o contato com o sagrado, no atendimento arteterapêutico é possível alcançar um efeito mais rápido e eficiente, sendo um dos caminhos que ajuda a levar à cura, semelhante às várias estradas que levam a uma cidade. Este pode ser um dos atalhos que apressam à chegada com segurança.

       A Arteterapia, uma modalidade da Terapia Complementar, vem se mostrando como uma possibilidade de melhora do nível de vida, merecendo um olhar cuidadoso dos seus efeitos em pessoas que buscam se conhecer melhor, encontram-se com dificuldades de aprendizagem, atenção, concentração e, em especial, nos casos de depressão e epilepsia.

*Celeste Carneiro é Arteterapeuta Junguiana e Transpessoal. Autora do livro recém-lançado pela Wak Editora: Arte, Neurociência e Transcendência.