quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Congresso de Arteterapia 2011

Overdose de informações sobre o amplo universo da Arteterapia no Brasil e países como Croácia, Portugal, Argentina, Colômbia e outros...







Momentos marcantes com Rubem Alves,

a presença amistosa do embaixador da Croácia no Brasil, a simpatia de figuras políticas do Ministério da Saúde (Dr. Mozart Sales)...

...a Noite de Máscaras e muitos adoráveis momentos de entretenimento com apresentações de teatro, dança, música...


sábado, 8 de outubro de 2011

O Arteterapeuta

O Arteterapeuta:

facilitando os caminhos expressivos da alma

Por: Carla Maciel*



“Quando entrar setembro/E a boa nova andar nos campos...” saberemos que junto com a chegada da primavera, e o desabrochar e florescer da natureza, vivenciaremos um movimento de maior expansão e revelação da alma. Ao longo do nosso desenvolvimento emocional e psíquico, experimentamos internamente, por diversas vezes, a passagem das quatro estações do ano que nos anunciam novos e desafiadores ciclos, todos eles marcados pela díade morte/renascimento. Assim vamos amadurecendo, em meio a ritos que nos convidam constantemente a exercitar a dinâmica da renovação. Deveria ser este o movimento natural para todos, mas nem sempre o é. Renovar a nossa existência e caminhos pela vida exige enfrentamento, desapego, abertura e disposição frente ao que desconhecemos. Há um custo e muitos se negam a pagar mais essa conta!

Na sociedade contemporânea ocidental, com seus desequilíbrios e valores invertidos, somos constantemente instigados a trocar a possibilidade do novo pelo conforto e segurança do conhecido. Embotamos nossos impulsos primitivos, inibimos a fluidez entre opostos, engessamos o corpo, abandonamos o nosso rico repertório de potencialidade em prol de uma existência “normótica” e socialmente aceitável e calamos assim, disfarçadamente, a voz da nossa alma. Quanto mais rígidos e inflexíveis, maior (e menos negociável) é a dissociação interna. Os sintomas físicos e emocionais, expressões diretas de desordem e conflito, se multiplicam como genuínos apelos à autoregulação da psique. A rota em direção à saúde psíquica, que pressupõe a integração e completude, no sentido de tornar-se inteiro ou indiviso, nos leva à necessidade, mais que urgente, de encontrar formas e espaços de expressão da subjetividade.

Os conteúdos psíquicos se expressam de forma imagética e a arte apresenta-se como uma das vias mais ricas e prazerosas de se acessar esse universo simbólico. Logo, encontramos na Arteterapia um caminho para que seja possível materializar essas imagens internas, que quando passíveis de confronto, elaboração e integração, nos movimentam para uma vida mais autêntica, plena e harmônica.

Cabe ao arteterapeuta o papel de testemunhar e acompanhar a jornada heróica em busca da realização do si-mesmo (Self), incentivando e facilitando no cliente o resgate do tesouro perdido nas instâncias sombrias da psique: seu potencial criativo. Criando formas e corporificando símbolos, o indivíduo se recria, reconstruindo a sua autoestima e autonomia, tornando-se agente transformador da sua realidade interna e externa. O arteterapeuta é o catalisador e mediador desse processo, aquele que germina o desenvolvimento de potencialidades latentes e testemunha o florescer de novas condutas e padrões de funcionamento. Ao facilitar os caminhos expressivos, o arteterapeuta possibilita reverter vivências dolorosas, e muitas vezes traumatizantes, em experiências psiquicamente suportáveis e unificadoras.

Ser arteterapeuta é estar disposto a “ouvir” o que simbolicamente é produzido no encontro, abandonando seus julgamentos e enxergando o belo na originalidade e singularidade de cada expressão. É necessário, para tanto, atentar-se para a qualidade da presença no setting terapêutico, que exige sobretudo o distanciamento de todo conhecimento teórico adquirido, assim como desprender-se dos limites e controles do ego e confiar na intuição, abrindo espaço para o criativo e deixando que a alma assuma a cena, com a certeza de que ambas as partes sairão transformadas, pois, apoiados na idéia da sincronicidade, sabemos que ninguém chega por acaso ao nosso encontro.

Para que equívocos sejam evitados nessa profissão, faz-se necessário desvencilhar-se da armadilha da inflação do ego, que, nesse estágio, acredita que ocupa o lugar do saber sobre o outro, nutrindo a ilusão de que tem o poder e o controle sobre a vida do seu paciente. Outro grande risco recai sobre as interpretações baseadas unicamente em códigos pré-estabelecidos de significados, que negligenciam a particularidade de cada sujeito como caminho essencial para uma leitura legítima e menos passível de erro.

Buscar o autoconhecimento através de um processo terapêutico, ou seja, estar em dia com as suas próprias imagens internas é requisito fundamental para o arteterapeuta. O mito de Quíron, personagem da mitologia grega que sofria de uma ferida incurável e que encontra no seu sofrimento a ressonância capaz de fazê-lo se sensibilizar com o sofrimento alheio, desenvolvendo a arte da cura, nos permite compreender que reconhecer e acolher a nossa própria ferida a transforma e nos possibilita lidar com a ferida do outro. Lembremos que o terapeuta só pode levar o seu cliente até onde ele já esteve e que o mesmo só conseguirá desbloquear a criatividade no outro se estiver exercitando-a em sua própria vida, buscando um constante aprimoramento.

Arteterapeutas são legítimos “curadores” de grandes “exposições”... curadores, sim, enquanto facilitadores de significativas exposições de auto-retratos da psique. Eles coordenam o “museu” da alma, no sentido original da palavra museion, a verdadeira “casa das musas”, onde ambos, cliente e terapeuta, se inebriam e se comovem com tamanha beleza e inspiração...

Como um “sol de primavera”, sigamos abrindo as janelas de muitos novos e profundos peitos!
*Carla Maciel é psicóloga, psicoterapeuta junguiana e especialista em Arteterapia pela Universidade Denis Diderot Paris VII – França. Atualmente é professora, supervisora e coordenadora da Pós-Graduação em Arteterapia Junguiana do Instituto Junguiano da Bahia, além de membro da Diretoria da Associação Baiana de Arteterapia (ASBART).


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Projetos com Arteterapia

Ser Âmica

Não há limites para a criatividade. Os recursos para a promoção da saúde, do bem estar e do bem viver são infindáveis, e cada um tem sua aplicação.
Segue uma apresentação curta de um projeto em curso, desenvolvido por uma ex-aluna do curso de pós-graduação da UNIP:

http://www.youtube.com/watch?v=Yxk8Wh2bYzI

 
                                                              Cerâmica Cunani